Se você perdeu a primeira parte do “Viver no Uruguai”, veja aqui.
Na primeira parte comentei sobre a economia, clima, educação e as principais cidades.
Nessa segunda parte vamos ver sobre imóveis, saúde e trabalho.
Índice de conteúdo
1) IMÓVEIS
Imóveis no Uruguai, principalmente em Montevidéu, são bem caros tanto para alugar quanto para comprar.
Neste post darei prioridade à locação, já que boa parte das pessoas que mudam para lá, num primeiro instante, procuram alugar e não comprar.
É possível alugar através de uma imobiliária, por uma administradora ou direto com o proprietário. Geralmente eles pedem uma ou mais garantias. Veja que, além do gasto do aluguel, você também terá os “gastos comunes”, que tem a ver com condomínio e etc…
O primeiro tipo de seguro é o que você paga a uma seguradora, como a Porto Seguro, que assegura que o inquilino pague o aluguel.
Um segundo tipo é uma carta de contadora atestando que você tem renda ou poupança para pagar o aluguel, mesmo sendo tal renda fora do Uruguai.
Outra forma é um depósito no Banco Hipotecário do Uruguai . Um montante referente a mais ou menos 5 meses do valor de aluguel na conta exclusiva para este propósito. Tal dinheiro não pode ser mexido nem pelo inquilino e nem proprietário até o término do contrato de aluguel.
Importante saber que quando se aluga por imobiliária ou por meios burocráticos sempre se paga comissão ou taxas, como o IVA (imposto local).
Outras opções de aluguéis são os temporários como AIRBNB que já vem com tudo incluso (água, gás, internet, luz), ou outra forma são os aluguéis sem garantias e somente com contrato simples. Difícil, mas não impossível.
A maioria das pessoas que muda para o Uruguai, procura se estabelecer em Montevidéu, então escrevo sobre ideias de preços de imóveis em Montevidéu.
Quanto ao “melhor bairro” para morar, dependerá muito do seu bolso,se vai estudar (provavelmente procura algo perto), se vai trabalhar, se quer algo mais calmo, mais badalado e etc. Para ter ideia dos principais bairros de Montevidéu e suas características, dê uma olhada aqui
Lembrando que, em termos de imóveis, é praticamente precificado em Dólar..Vou dar uma ideia de preços mais geral de aptos mobiliados e não mobiliados para locação (alquiler), e algumas regiões da cidade para se ter uma ideia. Obviamente que o preço dependerá se é prédio novo / antigo/ histórico, qualidade da mobília e outros.
1) Não mobiliado, 1 dorm, em áreas como Pocitos, Punta Carretas, Buceo, Malvin, Nuevo Pocitos. Média de preços 1 dorm não temporário, ou seja, para contratos acima de 1 ano ou mais: $ 30.000,00 (Pesos), ou R$ 3.800,00 / mês, inlcuso gastos comunes. Mobiliados nessa mesma área e de 1 dorm: $40.000,00 ( Pesos) ou R$ 5.180,00/mês, incluso gastos comunes. Lembre-se que você poderá achar um pouco mais barato ou caro. Aqui apenas uma média.
2) Não mobiliados, 1 dorm no Centro, Ciudad Vieja e Cordón. Média: $ 21.000,00 ou R$ 2722,00 / mês, incluindo gastos comunes. Mobiliados: $27000,00 ou R$ 3.500,00 incluindo gastos comunes. Você poderá encontrar um pouco mais barato do que isso e mais caro também. Aqui apenas uma ideia da média de preços.
3) Outros bairros menos “ricos”, mas com boa qualidade de vida são: Brazo Oriental, Capurro, Aguada, Bella Vista, Reducto, Goes, la Comercial. Preços mais em conta. Não mobiliados, 1 dorm. Média de preços: $ 16.000,00 ou R$ 2.074,00. Mobiliados $ 22.000,00 ou R$ 2850,00/ mês. Pode haver mais baratos ou mais caros. Aqui apenas uma média.
Você pode encontrar imóveis para alugar nos sites Infocasas, Gallito, Zonaprop, Casasweb. Em especial esse último, Casaweb, por agregar as melhores imobiliárias em um só local. Nele você encontra aluguel, venda e temporada. Vale ficar algumas horas visitando o site.
2) SAÚDE
A saúde pública no Uruguai é de qualidade e para todos. Para todos que digo é quando você já está legalizado no país. Se você não está, sua condição é de turista, portanto sem direito a ela. E atendimento particular na condição de turista é caro. Então, para turista, você precisa de um seguro saúde até conseguir sua legalização no país. Veja aqui planos e preços.
Quando você chega no Uruguai seu primeiro passo é a cédula de identidade. O segundo é se associar a Asse ( Associación de los servicios de salud del estado – ASSE). A Asse é como nosso SUS, mas incomparável em qualidade e atendimento. A ASSE é mais prática, humanitária e muito, mas muito menos demorada no atendimento. Talvez o motivo seja que todo trabalhador uruguaio também tem um plano de saúde que funciona da seguinte forma: A empresa paga uma parte e você a outra para plano de saúde básico. São chamadas as sociedades mutualistas.
Há também outros tipos de planos de saúde privada além da sociedade mutualista. Como no Brasil, você pode contratar um plano de saúde. Os mais comuns no país são: Summum, Seguro Americano e MP.
Você também pode ser sócio de um hospital e ter todos os benefícios em serviços que o hospital oferece. São mais baratos que os planos de saúde mencionados acima porque você só poderá usar o hospital que é sócio e não vários. São exemplos: Hospital Britanico (um dos melhores do Uruguai) Associación Española.
Se você é um trabalhado no Uruguai e deseja contratar outro plano mais completo como os dos hospitais ou planos de saúde que não seja das mutualistas, o que você pagará no novo plano é deduzido do que já é descontado de você em holerite das mutualistas.
Uma curiosidade sobre a saúde pública do Uruguai, que eu lembro de ter visto apenas de uma médica no Brasil fazer isso e particular é, você faz uma consulta ou um atendimento de emergência, muitas vezes a própria médica liga pra você e não secretária e hospital..SIM.Você leu certo. A própria médica liga pra saber como você está e se está precisando algo a mais. Já pensou se a moda pega no Brasil? 🙂
Outra coisa, não se assuste se você passar mal na rua e precisar de ajuda, várias pessoas aparecerão para ajudar mesmo que você não peça. É totalmente normal do uruguaio ajudar seja lá quem for e JAMAIS, vai fazer de conta que não viu. Isso é falta de educação para eles. Além disso, passou mal na rua? pessoas vieram ajudar você? Não se assuste também se você for levado(a) para o hospital num carro de polícia. Como não tem muito assalto, eles também podem fazer esse tipo de trabalho se ambulância estiver longe.
3) TRABALHO
Quem avisa amigo é: Não vá para o Uruguai com a mentalidade de que é um país inferior, que vai dar um “jeitinho” de trabalhar mesmo não estando legalizado, que é do lado do Brasil então é “hermano” e todo aquele blablabla irresponsável.
Outra coisa. Vá preparado . Alguma habilidade concreta, faça cursos na sua área de interesse. Você poderá fazer vários cursos legais e baratos aqui. Escolha o seu e vá fundo nas suas habilidades.
Questão idioma. É outo país, a língua oficial não é português e muito menos “portuñol”. É o castelhano ou espanhol latino. Portanto, “Cueca Cuela” é deprimente!! Procure aprender um pouco do idioma e lá aprimorar. Conheço brasileiros que moram , trabalham no Uruguai, com uruguaios e não aprenderam e nem querem aprender o idioma deles..ficam eternamente no “portuñol”. Mais deprimente ainda!!
Além do espanhol, o próprio português é valorizado, já que várias empresas brasileiras estão abrindo lá. Mais valorizado ainda é também ter o conhecimento intermediário avançado de inglês. Para aulas de inglês, veja aqui.
Lembre-se que você precisará validação de seu diploma. Veja aqui como proceder.
Se você ainda não tem uma proposta de trabalho no Uruguai, mas quer viver e trabalhar no país, comece fazendo um currículo ótimo, em espanhol. Após, comece sua busca de emprego em sites classificados online uruguaios como : Buscojobs, Computrabajo e Indeed. Empregos que precisam da língua portuguesa: Opcionempleo.
Para finalizar: Vale a pena viver e trabalhar no Uruguai? Como mencionei no início do primeiro post, depende de seus objetivos no país, seu bolso e o que quer de experiência.. Mas uma dica antes de mudar definitivo, aconselho a passar um mês pelo país para sentir o ritmo, a cultura, preços e ver se agrada.
Espero ter ajudado um pouco você a conhecer o país, bem como na sua decisão de conhecê-lo ou viver nele.
Próximo post da série: Viver na Argentina.
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