O início foi com o movimento slow food (comida lenta), criado na Itália contra a massificação e padronização dos fast food, tendo como objetivo promover uma maior apreciação da comida e melhorar a qualidade das refeições . Para ler mais sobre slow food, clique aqui.
Diante do mundo frenético em que vivemos atualmente, desacelerar está cada vez mais difícil. Passamos o ano todo correndo contra o relógio, trânsito, horas marcadas, atrasos, stress e esquecemos de observar coisas, lugares ou pessoas ao nosso redor. Diante deste ritmo frenético do ano todo, muitas vezes o levamos para as férias também. Um pacote de viagem que seja rápido, visitar os locais turísticos, umas fotos e selfies aqui e outras alí, ir ao restaurante indicado Tripadvisor, nas revistas ou por um amigo que esteve lá indicado por outro amigo também e….fim de viagem. Este movimento “fast” acabou gerando uma contra-cultura, a de tornar ações mais prazerosas e tranquilas. Assim surgiu a slow travel (“viagem devagar”).
Slow travel está relacionada ao modo “diferente” de viajar e incorpora uma filosofia de vida…um estilo de viver.
A slow travel propicia ao viajante a oportunidade do viajante ser parte integrante do destino contactando com a população e o território em um ritmo adequado à absorção da cultura local. Este movimento contraria o estilo de turismo dos all-inclusive, excursões programadas e horários rigorosos. O tipo de slow travel vai muito além das atrações turísticas e locais de massa. Ir ao mercado de bairro, um restaurante que praticamente não tem turista e, de preferência, não está em guia turístico algum. É puxar papo com um local, mesmo que o idioma seja um problema. É sentir a cidade / local e até comparar com sua cidade/país. Por que não?
Algumas dicas (adaptadas),do Ricardo Freire, do site Viaje na Viagem, à revista Época, em 2007, mas ainda bem atuais:
– Leia o jornal local. Não há maneira mais intensa de viver o momento longe de casa do que compartilhar o que é importante para os moradores do lugar. Mesmo que você não domine o idioma, descobrirá coisas que darão ainda mais significado à sua estada.
– Não perca o sono nem se submeta a várias filas por dia só para encaixar o máximo de monumentos e museus em seu dia. Pouquíssimos serão tão inesquecíveis quanto aquele almoço fabuloso e relaxado que você queria que não acabasse nunca.
– Troque o “pinga-pinga” por bases de exploração. Ao invés de programar aquela viagem comprida com uma noite em cada lugar, conheça melhor cada lugar. A vontade de conhecer 7 países em uma semana, por exemplo, é tentadora – ainda mais quando vamos para longe, em outro continente – mas vale a pena ir com calma e andar à toa em menos lugares; conhecer pontos que não são necessariamente os mais famosos do local. Aquela dica que vai ser só sua! Tire um dia para se perder, reserve ao menos um dia para passear sem guia ou roteiro de viagem. Devagar, devagarzinho, você vai fazer as melhores descobertas. Melhor ainda se você estiver hospedado como um morador da cidade ou em um apartamento só seu. Para isso, opções de estadia como o AIRBNB.
Mais dicas adaptadas..e agora do site os Slow Travel Europe (não coloquei todas aqui):
– Você pode estar ansioso por chegar ao seu destino escolhido, mas não deixe que a ansiedade dilua o prazer da viagem em si.
– Vá aos mercados e lojinhas locais. Tente experimentar alimentos e pratos típicos.
– Mergulhe na cultura dos cafés. Ao se sentar em um café, você se torna parte da paisagem da cidade, não só um observador transitório.
– Dedique um tempo para sentir um pouco os idiomas e dialetos das áreas que você visitar. Aprender algumas frases com a ajuda de moradores e do dicionário.
– Envolva-se nas comunidades do modo certo. Escolha opções de comidas e acomodações que estejam de acordo com o lugar por onde você está viajando.
– Faça o que os locais fazem, não só o que os guias turísticos dizem.
– Saboreie o inesperado. Demoras nos trens ou ônibus perdidos podem criar novas oportunidades.
– Pense no que você pode fazer para retribuir às comunidades que você visita.
“O Slow Travel não tem a ver com dinheiro ou privilégio. É um estado mental. Tem a ver com ter a coragem de não seguir apenas os caminhos pré-estabelecidos pela massa.” (Slow Travel Manifesto)
Prontos para começarem uma nova experiência com slow travel?
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Ola António,
Concordo inteiramente que é preciso abrandar. Há alguns anos que defendo isso, e escrevi um artigo chamado As vantagens de viajar devagar onde falo disso mesmo. Cada um tem a sua forma de viajar, mas eu acho que se viaja depressa demais (eu próprio às vezes caio nesse “erro”. Parabéns pela abordagem a este assunto. Abraço.
Olá Filipe,
Muito obrigado pelo comentário.
Li o teu post também e gostei muito.
Um grande abraço a Matosinhos.Este lugar fantástico ao norte de Portugal.