La Boca com certeza é o bairro mais colorido e mais controverso da capital.
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HISTÓRIA
LaBoca foi por muito tempo uma das regiões mais degradas da cidade, mas suas necessidades foram, até certo ponto, as responsáveis pelo seu renome mundial. La Boca foi o primeiro porto que a cidade teve. O bairro surgiu e se desenvolveu como um bairro de marinheiros. Por esse motivo, La Boca foi uma região de imigrantes, predominantemente genoveses, chegados entre 1880 e 1930. A desembocadura do Riachuelo foi o refúgio natural que tinham as embarcações que chegavam a Buenos Aires. Havia grande movimento de marinheiros e comerciantes. O terreno era baixo e alagadiço e por esse motivo as casas eram de madeira, construídas sobre pilotes.
No bairro de La Boca, os “conventillos” (cortiços), típicos com paredes de zinco pintadas de várias cores, contam a história de uma época em que as famílias originais fugiram da região por conta da epidemia de tifo, mudando-se para a parte alta da cidade, deixando suas mansões quase abandonadas, alugadas para os imigrantes que desembarcavam no porto. É também um museu a céu aberto de quase 150 metros de comprimento. Seu traçado sinuoso se deve a que segue o curso de um córrego que passava por ali até o começo do século XX. A zona era conhecida popularmente como “Puntin”, diminutivo de “ponte” em dialeto genovês.
Você pode ler mais sobre a história dos conventillos em Buenos Aires aqui.
Durante muito tempo formou parte do percurso da estrada de ferro até que em 1928 o ramal foi fechado e transformado num beco abandonado. Foi graças à iniciativa de vários moradores, entre os quais se encontrava o pintor Benito Quinquela Martín (um dos principais benfeitores do bairro e cuja obra se comemora através do colorido das casas do La Boca) que nos anos de 1950 foi recuperado o terreno para convertê-lo em um calçadão e uma rua museu, no qual aos poucos foram adicionadas obras de diferentes artistas. Em 1959, por iniciativa de Quinquela Martín, o lugar foi batizado como nome do célebre tango “Caminito”, composto por Juan de Dios Filiberto e Gabino Coria Peñaloza e que teve sua estréia nos “carnavais” de 1926.
O QUE FAZER EM LA BOCA
La Boca é um bairro extenso, portanto colocarei aqui algumas das principais atrações. Algumas bem turísticas e outras nem tanto.
Um dos locais mais interessantes do bairro que também faz parte da cultura portenha, por ser o tipo de restaurante bodegón, é o restaurante El Obrero. É considerado o principal restaurante dos operários nos anos 50, de onde herdou o nome, já que Obrero significa operário em castelhano. Porções fartas ao estilo restaurante de bairro.
O Bar Café La Perla é uma pedida se você quer visitar um Café Notable da cidade bem alí na entrada do Caminito. Um pouco caro, mas vale pela atmosfera e história do local. Não servem a “melhor comida do mundo”, mas dá pro gasto. Sou meio contra comer em locais turístico, entónces…
O Museo Benito Quinquela Martin. Em 1933, Benito doou um terreno de sua propriedade ao Estado para que fosse construída uma escola primária, um museu de artistas argentinos e um espaço para oficinas. Em 19 de julho de 1936, foi inaugurada a Escola Pedro de Mendoza, unindo arte e pedagogia. Dois anos depois, passou a funcionar no mesmo espaço o Museu de Artistas Argentinos. Atualmente, o terceiro andar do prédio é dedicado aos principais trabalhos de Quinquela.
Endereço: Avenida Pedro de Mendoza, 1835
Fundação Proa é um centro de arte contemporânea e apresenta exposições temporárias, organiza seminários, cursos, conferências, concertos programas educacionais e de intercâmbio além de um café.
Endereço: Avenida Pedro de Mendoza, 1929
O Caminito é uma das ruas mais conhecidas de Buenos Aires pelo colorido de suas casas. Diz a história (há controvérsia), de que as casas foram pintadas com restos de tinta deixadas no porto quando essa área da cidade era bem pobre.. No Caminito você poderá visitar o Museo Conventillo Marjan Grum. O grande sonho de Marjan tornado realidade é um espaço pitoresco para a liberdade da arte chamado Projeto “Museo Conventillo”. No bairro de La Boca, com sua esposa Beatriz, compraram uma casa de madeira e chapa construída em 1880, que estava muito degradada e condenada à demolição, recuperando-a totalmente Na oficina de escultura localizada na parte inferior do corpo traseiro, como é o estilo desses antigos prédios altos, Marjan desenvolve seu trabalho com seu filho Maximiliano. No ateliê do primeiro andar, Beatriz desenvolve sua paixão pela pintura. O corpo frontal, constituído por dois pisos voltados para a rua, foi totalmente remodelado, retomando o seu valor original, transformando-o em Centro Cultural. Você pode ver obras em óleo, acrílico, esculturas, caleidoscópios elétricos e instalações.
Ao longo da Calle Magallanes você encontra vários restaurantes ( todos turísticos), feiras de artesanatos, loja de couros, tango de rua (para turistas), Lojas de souvenirs e os conventillos (locais que serviram de moradia para imigrantes no passado), transformados em lojas como: Conventillo Del Tango., Conventillo del Artista e outros ao longo da rua. Para ler mais sobre os conventillos de La Boca, veja aqui.
Pouco conhecido, você encontra no bairro o Museo Histórico de Cera, o qual conta a história do tango, futebol e imigração na cidade. Bem interessante!
Endereço: Dr. del Valle Iberlucea, 1261
O espaço cultural chamado Usina Del Arte é dedicado principalmente à música e às artes visuais. Instalado em um prédio patrimônio histórico da cidade.
Endereço: Agustín R. Caffarena, 1
Visitar o Estádio do Boca, ou La Bombonera, como também é chamado e o Museo de la Pasión Boquense que apresenta a história do clube fundado em 03 de abril de 1905.
Há várias outras coisas pelo bairro que você descobrirá andando.
Várias pessoas comentam que o bairro La Boca é perigoso. Bem..não é bem assim se tomarmos como exemplo a violência das grandes cidades brasileiras. Roubo existe por La Boca? Claro! mas se você for o tipo de turista descuidado balançando celular, dinheiro e carteira no bolso de trás. Nada muito além disso. Outra, o bairro, por ser turístico é muito bem policiado. Tome as precauções necessárias e vá feliz!
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