Basta caminhar pelos bairros de Medellín, na Colômbia, para se deparar com dizeres nos muros: “Medellín não está à venda. Parem a gentrificação”.
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A GENTRIFICAÇÃO E ALTO CUSTO EM ALUGUÉIS
O fenômeno é explicado pelo alto número de aluguéis de curta temporada, principalmente na plataforma Airbnb, e pela chegada em peso dos nômades digitais. Maioria deles, americanos.
Considerada a cidade mais rica da Colômbia, Medellín vive um boom de estadias temporárias, muitas vezes cobradas em dólar, em bairros mais turísticos.
Segundo a plataforma AllTheRooms, que compara números de aluguéis de temporada por cidades, crescimento e média de preços por bairros verificou-se que entre 2020 e 2021, as estadias feitas por Airbnb cresceram 119% na cidade.
Já em 2023, houve um crescimento de quase 40%, na comparação com o mesmo período do ano passado.
Bairros como El Poblado e Laureles são os mais procurados por quem quer viver numa “bolha” entre nômades digitais e estrangeiros, com promessa de bairros mais seguros, mais diversão, shoppings e vida a “la America”. Deixam muito a desejar como bairros para se absorver a cultura local. Escrevi um post sobre caracteísticas dos bairros de Medellin aqui.
Também estes dois bairros descritos acima são muito visados por turistas que visitam a cidade e buscam ficar perto do metrô, bares, cafés e restaurantes.
Porém, a alta demanda por essas regiões já influencia no custo e estilo de vida dos moradores, ou para quem quer alugar por um período mais longo.
Minha experiência com AIRBNB na cidade foi positiva peelo fato de não ter escolhido ficar 23 dias em um bairro lado oposto da gentrificação turistica. Foi o bairro Bomboná, onde maioria era morador local ee cultura local. Quase nada preparado para turista e foi o que eu estava procurando.
Dependendo do seu propósito, número de dias, orçamento e interesses, afaste-se dos bairros El Poblado, Laureles e Estadio, pois são os mais turísticos, com menos ou nenhuma cultura local e bem mais caros.