O overtourism, ou turismo excessivo, é um fenômeno que ocorre quando o número de turistas em uma cidade ultrapassa a capacidade sustentável da região.
Esse excesso de visitantes gera sobrecarga nos serviços públicos, degradação ambiental e impacto na qualidade de vida dos residentes. Abaixo estão dez cidades que enfrentam esses desafios, acompanhadas das reações da população e medidas tomadas para mitigar os efeitos negativos.
Vamos às 10 cidades:
Índice de conteúdo
VENEZA – ITÁLIA
Veneza é um exemplo clássico de overtourism, com milhões de turistas chegando anualmente para ver seus canais e monumentos históricos. As ruas estreitas da cidade são frequentemente lotadas, o que cria problemas de mobilidade para os residentes. Para lidar com isso, o governo veneziano introduziu limites para o número de turistas e taxas de entrada, além de campanhas de conscientização sobre o impacto ambiental dos cruzeiros marítimos.
BARCELONA – ESPANHA
Barcelona também sofre com um fluxo constante de turistas, especialmente na alta temporada. Os residentes têm reclamado do aumento no custo de vida, da gentrificação e da perda de identidade cultural. Em resposta, a cidade implementou regulamentações sobre o aluguel de curto prazo, como os oferecidos pelo Airbnb, para reduzir a pressão sobre os bairros residenciais e taxa de permeanência na cidade com valor diário.
AMSTERDAM – PAÍSES BAIXOS
Amsterdã é um destino turístico conhecido por seus canais e museus, mas o número de visitantes cresceu tanto que está prejudicando a qualidade de vida dos moradores. O governo local tem trabalhado para promover o turismo fora do centro da cidade, além de proibir novos hotéis e limitar o número de lojas voltadas exclusivamente para turistas.
DUBROVNIK – CROÁCIA
Após se tornar um local icônico graças à série Game of Thrones, Dubrovnik experimentou um boom de turismo. Com ruas estreitas e um centro histórico pequeno, a cidade sofreu com a superlotação. O governo croata impôs limites no número de visitantes diários à cidade velha e introduziu medidas para proteger o patrimônio cultural.
KYOTO – JAPÃO
O turismo em Kyoto aumentou exponencialmente nos últimos anos, resultando em problemas como o aumento dos aluguéis e a diminuição da qualidade de vida para os residentes. Além disso, locais religiosos e tradicionais, como templos e santuários, têm sido impactados pela superlotação. A resposta foi a promoção de práticas de turismo sustentável, incentivando os turistas a visitar áreas menos conhecidas da cidade.
SANTORINI – GRÉCIA
A pequena ilha de Santorini atrai milhões de turistas todos os anos, o que coloca uma enorme pressão sobre sua infraestrutura. Problemas de gestão de resíduos e escassez de recursos naturais, como água, têm sido preocupações significativas. As autoridades locais têm imposto limites para o número de cruzeiros que podem atracar diariamente e restrições ao desenvolvimento imobiliário.
PARIS – FRANÇA
Paris é uma das cidades mais visitadas do mundo, mas o turismo massivo tem trazido desafios, como o aumento do custo de vida e a degradação dos espaços públicos. A cidade implementou medidas como a promoção de rotas alternativas para os turistas e a tentativa de redistribuir o fluxo de visitantes para áreas menos populares.
REYKJAVIK – ISLÂNDIA
O aumento do turismo em Reykjavik, após a erupção do vulcão Eyjafjallajökull em 2010, sobrecarregou a infraestrutura da cidade. Problemas como a escassez de habitação para os moradores e a degradação ambiental em áreas naturais ao redor da cidade têm sido comuns. O governo tem promovido um turismo mais sustentável e ampliado as áreas protegidas para controlar os danos.
PRAGA – REPÚBLICA TCHECA
Praga é famosa por sua arquitetura e história, mas seu centro histórico se tornou um ponto de alta concentração turística, levando a uma gentrificação acelerada e ao aumento dos preços de moradia. A resposta da cidade tem sido criar zonas de “turismo responsável”, além de campanhas para conscientizar os turistas sobre como respeitar a cultura local.
BALI – INDONÉSIA
Bali é um dos destinos turísticos mais populares da Ásia, mas o aumento do turismo gerou uma série de problemas, como a poluição de praias, destruição de habitats naturais e pressões sobre o fornecimento de água potável. As autoridades têm promovido o ecoturismo, estabelecido limites para novas construções e incentivado práticas mais sustentáveis de turismo.
REAÇÃO DAS POPULAÇÕES LOCAIS AO OVERTOURISM
As populações dessas cidades têm respondido de maneiras diferentes ao fenômeno do overtourism. Muitos residentes expressam frustração com a perda de qualidade de vida e a gentrificação. Protestos em cidades como Barcelona e Veneza são comuns, com moradores exigindo políticas que priorizem suas necessidades em vez dos interesses da indústria do turismo.
Em alguns casos, como em Amsterdã e Reykjavik, os governos locais têm trabalhado diretamente com os cidadãos para desenvolver estratégias de turismo sustentável. Em outras cidades, como Dubrovnik, há um esforço para proteger o patrimônio cultural e histórico, enquanto se limita o número de visitantes.
ESTRATÉGIAS PARA MITIGAR O OVERTOURISM
Descentralização do Turismo: Muitas cidades estão promovendo áreas menos conhecidas para redistribuir o fluxo de turistas, aliviando a pressão sobre os centros históricos.
Limites de Visitantes: Algumas cidades, como Veneza e Dubrovnik, implementaram limites diários para o número de turistas, especialmente em áreas com patrimônio cultural protegido.
Taxas Turísticas: A introdução de taxas de entrada ou impostos sobre turistas tem sido uma maneira eficaz de reduzir o número de visitantes e gerar receita para a conservação de monumentos e melhorias na infraestrutura.
Educação de Turistas: Campanhas de conscientização sobre como ser um turista responsável estão sendo promovidas em várias cidades, ajudando a minimizar o impacto cultural e ambiental.
CONCLUSÃO
O overtourism é um desafio crescente para muitas das cidades mais icônicas do mundo. Embora o turismo seja uma fonte vital de receita para essas regiões, é essencial encontrar um equilíbrio que permita o desenvolvimento econômico sem sacrificar a qualidade de vida dos moradores e a preservação dos recursos naturais e culturais. Cidades como Veneza, Barcelona e Reykjavik estão na vanguarda dessas mudanças, adotando medidas criativas para garantir que o turismo seja sustentável a longo prazo.