Os doces passaram a ser produzidos em Pelotas através do intercâmbio entre sal e açúcar, onde diferentes etnias contribuíram para a formação das tradições locais.
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INTRODUÇÃO
A cultura dos doces de Pelotas é bem forte no Rio Grande do Sul bem como fora dele.
Nesse post, vamos ver um pouco da história da cultura doceira da cidade, algumas curiosidades e onde comer esses belos doces em Pelotas.
É difícil definir quando exatamente os doces surgiram em Pelotas. Sabe−se que sua origem teve influência de Portugal, país onde era intensa a produção de tais guloseimas. Os doces foram introduzidos pelos lusos por volta do início do século XIX e em Pelotas aproximadamente na década de 1860, quando começa o período de apogeu do município de Pelotas. De 1860 a 1890 os investimentos dos charqueadores foram intensos em atividades de cunho cultural que caracterizaram, durante anos, Pelotas como a cidade mais aristocrática do Estado do Rio Grande do Sul (RS).
DOCES FINOS
A tradição de doces finos, também chamados de “doces de bandeja”, começou no interior dos casarões das famílias abastadas durante o Ciclo do Charque. Seguindo tradicionais receitas portuguesas, os quitutes eram preparados com ingredientes caros ou raros para a época – como o açúcar. Servidos somente em festas da alta classe, como saraus, jantares, casamentos e batizados, os doces eram considerados uma especiaria que remetia ao glamour, à riqueza e à prosperidade.
Uma importante troca de saberes e fazeres ocorreu entre as senhoras da elite pelotense e suas cozinheiras, em maioria africanas escravizadas e suas descendentes. Neste contexto, ingredientes da cultura negra foram adicionados às receitas portuguesas. Com o passar do tempo, os doces finos começaram a ser consumidos cotidianamente, ganhando novos espaços e significados mais amplos, seja como oferendas para orixás nas casas de religiões de matriz africana, seja como atrativo turístico para Pelotas.
Antigamente, os doces finos eram envoltos em papéis de seda que eram rendados e franjados de maneira artesanal. Algumas dessas folhas se encontram em exposição no acervo do Museu do Doce. Agora esse detalhe é padronizado e industrializado, correspondendo ao que conhecemos como pelotinas.
DOCES COLONIAIS
A tradição de doces coloniais surgiu como empreendimento familiar nas pequenas propriedades dos imigrantes europeus que chegaram na região a partir da segunda metade do século XIX. A zona rural pelotense recebeu alemães, pomeranos, italianos, franceses, espanhóis e outras etnias. Esses colonos se dedicavam à agricultura, à suinocultura e à avicultura para fornecer alimento à população em expansão.
Servindo inicialmente ao consumo familiar, os doces coloniais eram produzidos na safra das frutas (banana, pêssego, morango, abóbora e mais). Compotas, doces em pasta, passas e cristalizados eram as formas como os imigrantes reproduziam ou recriavam as receitas dos antepassados. Nesse novo cenário, os modos de fazer trazidos da terra natal precisaram ser adaptados às variedades de frutíferas e aos recursos locais.
OS DOCES HOJE
A produção de doces finos e a produção de doces coloniais. Mais do que simples quitutes, eles representam um importante contexto histórico e cultural que elevam seu significado para além da função de alimento. Nos dias atuais, a atividade doceira virou uma das maiores atrações turísticas da cidade.
O patrimônio imaterial é transmitido de geração em geração, sendo constantemente recriado pelas comunidades e grupos em função de seu ambiente, de sua interação com a natureza e de sua história. A sociedade pelotense preservou os conhecimentos e modos de fazer de diversos doces, receitas herdadas de antepassados e que, ainda hoje, fazem parte do dia-a-dia e ajudam na economia local.
Os doces finos e coloniais resultam de um longo processo de transmissão e criatividade entre gerações e entre etnias. Em outras palavras: as tradições doceiras se formaram pelas mãos dos grupos portugueses, africanos, alemães, pomeranos, franceses, espanhóis e de outras nacionalidades, bem como de seus descendentes, que afirmaram as suas diferenças étnicas e estabeleceram vínculos sociais por meio do doce.
FENADOCE
A Feira Nacional do Doce teve sua primeira edição de 15 a 19 de janeiro de 1986, no Ginásio de Esportes da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), localizado na Avenida Adolfo Fetter. O evento surgiu em uma iniciativa da Prefeitura, através da Fundação Municipal de Cultura, Lazer e Turismo (Fundapel), na gestão do prefeito Bernardo de Souza. As três primeiras edições ocorreram em intervalos de dois anos (1986, 1988, 1990) em diferentes locais da cidade. Após esse período, por conta de mudanças na administração pública, o evento não foi realizado durante cinco anos.
Em 1995, a organização da Fenadoce passou a ser de responsabilidade da Câmara de Dirigentes Lojistas de Pelotas (CDL), entidade que utilizou a antiga Fábrica de Fiação e Tecidos Pelotense como palco para o evento naquele ano. A Feira se tornou municipal e anual em 1998, ganhando um local fixo no Centro Internacional de Cultura e Eventos, hoje batizado carinhosamente como Centro de Eventos da Fenadoce.
A Fenadoce cresceu e se transformou para trazer diferentes atividades ao seu público, sem perder sua essência cultural. A atração principal do evento é a Cidade do Doce, local onde estão expostas diversas doçarias em um espaço totalmente temático, ambientado sobre fachadas de famosos casarões e atrativos turísticos de Pelotas. Outras atividades que também fazem parte do evento são: a Feira da Agricultura Familiar; a Fenadoce Cultural; o Espaço Arte do Doce; o Festival de Gastronomia; o Festival de Moda; e a FenaShow.
Fonte: Educa Pelotas
LOCAIS ONDE COMER DOCE EM PELOTAS
Você encontrará os doces pelotenses espalhados pela cidade, mas onde encontrei os melhores foi no Mercado Municipal em duas lojas: Imperatriz e Fran´s.
ONDE FICAR EM PELOTAS
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