A nossa Capital Federal. Moderna, por uns amada e por outros odiada.
Inevitável quando falamos ou pensamos em Brasília, o que vem à mente é a maldita política. Acho que não dá pra chamar algo tão vergonhoso que se arrasta por anos de política, mas…frustrações sobre o assunto à parte, vamos ao que interessa.
Brasília não é só política. É um local com suas características únicas, uma história intrigante e muitas, mas muitas curiosidades e lendas urbanas desde sua criação e ao longo de sua história. Neste post vamos conhecer apenas algumas dessas curiosidades.
1 – TODA CERIMÔNIA DE TROCA DE BANDEIRA, UMA INÉDITA É HASTEADA
A Praça dos Três Poderes recebe a cerimônia da troca da bandeira no primeiro domingo de cada mês, sempre às 8 horas. Sobre o palco montado no local são convocados representantes das três Forças Armadas e da Polícia Militar do DF — o rito também costuma ser observado por turistas e passantes. De acordo com a legislação nacional, o mastro não pode ficar sem uma bandeira. Por isso, a troca ocorre de maneira simultânea: enquanto uma desce, a substituta é hasteada. Depois que são utilizadas, as bandeiras são incineradas. O símbolo nacional que tremula no mastro projetado pelo arquiteto Sérgio Bernardes é produzido com náilon de paraquedas e tem 286 metros quadrados de área. Esse tamanho garante o título de maior bandeira nacional do mundo para Brasília.
2 – O PARQUE DA CIDADE É MAIOR DO QUE O CENTRAL PARK EM NYC
Considerado o pulmão da capital federal, o Parque da Cidade é o destino preferido de milhares de brasilienses em busca de lazer ao ar livre. Espaço para isso não falta: a área de um dos nossos principais pontos turísticos soma 420 hectares. Outro gigante verde do mundo, o nova-iorquino Central Park ostenta aproximadamente 790 000 metros quadrados a menos, o equivalente a 341 hectares.
3 – OSCAR NIEMEYER MOROU EM BRASÍLIA
Ele se mudou para a cidade em 1956, quando começou a construção da capital, e se despediu do DF em 1972, após ser desvinculado da Novacap. “Obviamente ele sempre viajou muito para o Rio de Janeiro, mas Brasília era a sua residência nesse período”, menciona a neta. No início, Niemeyer viveu no Catetinho. Depois, mudou-se com a família para uma casa na 709 Sul e, por fim, tirou do papel um projeto próprio, na quadra 26 do ParkWay. Lá morou até a mudança para o Rio. Hoje, seu último endereço brasiliense faz parte do Patrimônio Histórico e Cultural da Universidade de Brasília, mas não está aberto à visitação pública.
4 – À ÉPOCA DA CONSTRUÇÃO DE BRASÍLIA, A TERRA DO SEU SOLO ERA VENDIDA COMO SUVENIR
Muito antes de se tornar um dos cartões-postais do país, a capital federal era ocupada não por asfalto ou belos monumentos modernistas, e sim por terra vermelha e barro. No fim da década de 50, pequenas garrafas cheias de poeira chegaram a ser comercializadas. Algumas delas, inclusive, levavam em seu rótulo o pomposo nome de “terra prometida”. Tratou-se do primeiro suvenir da nova cidade.
5 – NOS ANOS 60, OS “GRAMINHAS” FISCALIZAVAM AS ÁREAS VERDES DAS QUADRAS
Nicolas Behr. O poeta cuiabano atesta a veracidade desse fato, mesmo tendo chegado à cidade quando o serviço já havia caído em desuso. Integrantes do Departamento de Parques e Jardins da Novacap, os fiscais patrulhavam as crianças para evitar danos na relva recém-plantada. Muitas vezes, eles até se escondiam debaixo dos blocos para os flagras — que rendiam bolas tomadas e muito choro.
6 – CORPOS DE CANDANGOS ENTERRADOS NA ESTRUTURA DE PRÉDIOS E MONUMENTOS
As obras em que sucederam mais mortes foram as dos ministérios. Eram registrados dois ou três acidentes por dia em cada edifício. Muitas vezes, as vítimas morriam e os enterros ocorriam no próprio canteiro de obras. Em um dos casos, um operário se desequilibrou e caiu dentro da coluna de concreto que estava sendo enchida. “O mestre de obras não tinha autoridade para mandar abrir a coluna, e a concretagem continuou”, revela Queiroz.
7 – OS TRADICIONAIS BARES BEIRUTE E LIBANUS PERTENCEM À MESMA FAMÍLIA
Os irmãos Francisco, Narciso e Bartolomeu Marinho saíram do Ceará para tentar a vida em Brasília. Trabalharam em diversas áreas até ser contratados, no fim dos anos 60, como garçons do Beirute. Quando os donos decidiram vender o bar da 109 Sul, o trio juntou dinheiro para comprá-lo. A parceria continuou até 1989. Nesse ano, Narciso brigou com os irmãos e largou a sociedade. Fundou o Libanus, na 206 Sul, com a mesma proposta: decoração simples, cerveja gelada e comida árabe. Atualmente, cada um dos bares conta com uma filial. Em 2007, o Beirute abriu na 107 Norte e, neste ano, o Libanus foi explorar Águas Claras.
8 – BRASILIA APRESENTA SEMELHANÇAS COM UMA ANTIGA CIDADE EGÍPCIA
O comparativo é feito com a cidade de Akhetaton, construída há mais de 3 000 anos na África, também em forma de pássaro e banhada por um lago artificial. Assim como a capital brasileira, Akhetaton foi erguida em pouco tempo, com o objetivo de ser um eixo político localizado em um centro geográfico. Outro ponto em comum eram as pirâmides. Na capital, são exemplos o Teatro Nacional e o prédio da CEB, na Asa Norte, hoje demolido. Há mais um detalhe curioso: tanto Juscelino Kubitschek quanto o faraó Akhenaton, responsável pelo antigo território egípcio, morreram dezesseis anos depois de fundar as respectivas cidades (o ex-presidente mineiro em um acidente de carro; o líder do Egito, assassinado).
9 – EXISTE UMA VILA SUBMERSA NO LAGO PARANOÁ
Definitivamente a construção do Lago Paranoá foi um desafio e tanto, a preço de muito suor e força. Não há um número exato, mas acredita-se que entre 1,5 mil a 3 mil operários foram os responsáveis por construir o paredão de 684 mil metros cúbicos de pedra que represou o rio e deu vida ao lago.
Boa parte desses funcionários construíram casas próximas à obra, formando assim uma vila, chamada de Vila Bananal, depois, Vila Amaury. No entanto, com a abertura da comporta, o lago cobriu por completo a vila.
Mergulhadores e projetos que investigam o que existe debaixo das águas relatam que tem linha de postes, currais, canoas, panelas, barracos, raízes de árvores, coexistindo com peixes, tartarugas, jacarés.
Mas a “inundação” não foi um acidente, muitas pessoas e o poder público falam que todos que moravam ali haviam sido avisados da necessidade de saírem quando a comporta fosse aberta.
10 – O SIMBOLISMO DA PONTE JK
A Ponte Juscelino Kubitschek – ou Ponte JK – foi a terceira construída sobre o Paranoá, um grande lago artificial idealizado tanto para fins paisagísticos quanto para amenizar a baixíssima umidade relativa do ar da região. Da água, surgem os três arcos assimétricos que impressionam quem cruza os 1200m de extensão. O arquiteto Alexandre Chan diz ter sido inspirado “pelo movimento de uma pedra quicando sobre o espelho d’água”. A construção ganhou vários prêmios de arquitetura ao redor do mundo, e ficou conhecida pelos habitantes da cidade como “a ponte mais bela do mundo”.
11 – A INTERPRETAÇÃO DOS PRÉDIOS DO CONGRESSO NACIONAL
As duas torres de 28 pavimentos atrás de duas cúpulas. A convexa fica logo acima do plenário da Câmara dos Deputados e representa o contato direto com o povo, como se, virada para cima, fosse a veia de acesso do eleitor para com o governo. A côncava abriga o plenário do Senado e, virada para baixo, representa a centralização nos projetos que lhes foram enviados pela Câmara. A intenção de Niemeyer ao fazer as torres formarem um grande “H” é que todos os ocupantes dos prédios públicos não se esqueçam das virtudes humanas.
Fontes: Chiquinhodornas blogspot e Brasilia City.
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